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Tribunal de Justiça da Paraíba desenvolve projeto para automatizar cobrança de dívidas - LAW INNOVATION

O Tribunal de Justiça da Paraíba instalou um projeto de robotização para automatizar o processo inicial da execução fiscal que dará celeridade a mais de 30 mil processos da 1ª e 2ª Varas de Executivos Fiscais da Capital no prazo de um mês. O projeto foi desenvolvido pela Minsait, uma empresa Indra.

"O Tribunal de Justiça está fazendo história", afirmou o presidente do órgão desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos, ao falar sobre o robô acelerador de executivos fiscais no Fórum Cível da Comarca de João Pessoa. A ferramenta possibilita a otimização do trabalho cartorário, como a confecção de cartas de intimação, citação, notificação, dentre outros.

Segundo o desembargador, o robô também deverá otimizar em 80% o tempo de trabalho dos servidores dos cartórios. "É um grande passo. Temos que comemorar. Vejo esse fato como histórico. O servidor, a partir de agora, terá mais tempo para executar as tarefas com maior grau de complexidade, em vez de trabalhar em atos processuais repetitivos virtuais. A mudança de visão laboral começa agora", salientou.

"Desenvolvemos essa ferramenta em aproximadamente três meses e estamos muito orgulhosos do potencial que apresenta para o Estado. Ao substituir parte de atividades manuais desempenhadas pelos servidores estaduais e substituí-las por atividades robotizadas, conseguimos resolver processos de forma cada vez mais ágil e eficaz", afirma Felipe Mesquita, gestor operacional do Norte-Nordeste da Minsait no Brasil.

Como parte da iniciativa também foi padronizado o fluxo de trabalho da 1ª e 2ª Varas de Executivos Fiscais, trazendo ainda mais agilidade na execução das atividades, além da eliminação de tarefas manuais. Além disso, esta iniciativa de robotização é baseada em arquitetura open-source, facilitando a adoção pelos órgãos públicos.

O potencial de RPA (Robotic Process Automation) para o setor privado é amplamente conhecido. Estudos recentes estimam que 72% das empresas devem usar RPA em 2020, algo que deve se tornar universal nos próximos cinco anos. Contudo, esse tipo de ferramenta no setor público ainda é pouco utilizado, especialmente no Brasil.

Essas ferramentas de automação tornam os processos mais ágeis, reduzem erros por questão de padronização e compliance, além de melhorar a experiência do cliente, como estratégia de crescimento enxuto, entre outros benefícios.

"Esperamos contribuir cada vez mais para a adoção desse tipo de ferramenta no setor público. Tal como os procedimentos judiciais, outras atividades, em diversos setores, podem ser automatizadas, gerando eficiência para os Estados", destaca Marcos Mota, diretor de Administração Pública da Minsait no Brasil.